Garota de 15 anos cria lanterna que funciona sem bateria

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Ann Makosinski

Você já deve ter ouvido por ai sobre jovens que vão à escola e tiram boas notas, depois fazem faculdade, se formam e arranjam algum emprego comum. Outros não se contentam com isso, eles querem mudar o mundo, facilitar a nossa vida, querem ser mais.

E para isso precisam de incentivo, como a canadense Ann Makosinski, que recebeu desde pequena o apoio da família. Seu primeiro brinquedo foi uma caixa de transistores. Aos 11 anos já participava de feiras de Ciências da sua região. E aos quinze anos criou uma das suas mais brilhantes invenções, até agora.

Neste ano de 2013 ela ganhou medalha de ouro na Grande Feira de Ciências do Canadá, onde concorrem cientistas de todas as idades. E o prêmio foi pela Hollow Flashlight (Lanterna Oca, em português), uma lanterna que funciona sem pilhas ou baterias, e que precisa apenas de um ser humano.

“Meu objetivo com este projeto era criar uma lanterna que funcionasse somente com o calor da mão humana. Ao usar quatro chapas de Peltier e a diferença de temperatura entre a palma da mão e o ar ambiente, projetei uma lanterna que fornece luz clara sem a necessidade de pilhas ou peças móveis. O design é ergonômico, tem eficiência termodinâmica e precisa apenas de uma diferença de cinco graus na temperatura para funcionar e produzir até 5,4 mW com o brilho de cinco lumens por pé quadrado”, escreveu a garota no resumo da sua invenção.

A lanterna de Ann funciona com quatro pastilhas termelétricas, conhecidas como Peltier, que podem produzir eletricidade quando aquecidas de um lado e resfriadas do outro. Basta colocar a mão em volta da lanterna, pois por dentro ela é oca, o que permite que o ar ambiente (mais frio) possa circular por ali. A invenção pode ajudar famílias de países pobres, que não têm acesso à energia.

Ann Makosinski fez um vídeo (em inglês) explicando como funciona seu projeto. Seu objetivo era enviar o vídeo para concorrer ao Google Science Fair, e ela é atualmente uma das quinze finalistas.

Como finalista do Google Science Fair ela fez outro vídeo, que também está em inglês, mas se você não entende essa língua vamos dizer mais ou menos o que ela falou. Ela explicou como funciona a lanterna e como a desenvolveu. Falou as razões para fazer esse projeto, entre elas: que as baterias usam terríveis produtos químicos que depois são jogados de qualquer forma, que alguns jovens em certos países/vilas não conseguem estudar simplesmente porque não tem luz. E por final afirma que a ideia dela poderia ser usada em outros produtos.

Ann é finalista internacional na categoria entre 15-16 anos, sendo a única representante do Canadá, e ainda foi indicada ao Prêmio “Ciência em Ação”, que já foi vencido pela turca Elif Bilgin, de 16 anos, pela criação de bioplásticos a partir de cascas de banana. Seu projeto será julgado por juízes, mas há uma premiação em que quem decide o vencedor é o público, chamado Voter’s Choice Award, e o vencedor ganha US$ 10.000 para realizar sua ideia. No total são seis premiações, e os prêmios variam, tem dinheiro, bolsa de estudo, assinatura de revista, viagem.

Antes de tudo é importante analisar o incentivo, Ann teve incentivo da família, se isso não ocorresse, dificilmente estaria falando hoje sobre ela. Isso é só para tentar explicar porque o Brasil não tem um finalista ai, falta incentivo. E mesmo que tenhamos gente com projetos legais, faltou incentivo para que eles pudessem participar de uma competição dessas. E não só incentivo, é preciso dar espaço e material para que um jovem nessa idade possa cria algo desse tipo. Responda-me qual é o lugar no Brasil onde um jovem tem um Peltier disponível para uso?

Só deixando claro que Elif Bilgin e Ann Makosinski são as mais cotadas para vencer o prêmio do Google, e que eu me achava fodão por ter escrito um livro aos 17 anos.

Fonte: Super Interessante

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