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O que são histórias em quadrinhos? O que são gibis? Você sabe responder? Mesmo que você não seja aficionado por essa tal narrativa gráfica, você já deve ter tropeçado neste gênero de histórias denominadas “infantis”. Essas tais histórias que nos levam a um espaço utópico e nos faz compreender a primeira referência da palavra herói.
Recentemente muitos se tornaram especialistas na área, quer dizer, compreendem todo o universo dos quadrinhos porque resolveram assistir um ou dois “filmes de ação”. A questão é que… Da mesma forma que um bom livro torna-se filme e não supera as expectativas de um leitor com um vasto poder de imaginação, um bom filme de ação inspirado nos quadrinhos que você acabou de assistir não o torna especialista.
A grande sacada dos quadrinhos é compreendê-los como mídia, funcionando então, como referências de contextos sociais. Nesse sentido, caso você queira tornar-se um especialista em histórias em quadrinhos, ou queira apenas conhecer um pouco sobre a chegada dessas histórias em nosso maravilhoso país, indico os seguintes títulos:
Livro – A Guerra dos Gibis
A guerra dos gibis narra a chegada dos quadrinhos ao Brasil, vindos dos Estados Unidos em meados da década de 1930, pelas mãos do jovem jornalista Adolfo Aizen, funcionário do jornal O Globo.
Após mostrar a descoberta a Roberto Marinho, que não demonstrou o menor interesse, Aizen lançou seu Suplemento Infantil no jornal A Noite. A novidade logo se tornou uma irresistível mania de crianças e adolescentes, e uma mina de ouro para editores de jornais e revistas, que se engalfinhavam na disputa por aquele mercado milionário.
De febre juvenil e editorial, os quadrinhos passaram a ser duramente atacados por políticos, jornalistas, artistas, educadores, religiosos e toda sorte de palpiteiros, que enxergavam ali apenas “monstruosidades e imoralidades”, “subliteratura infame”, “analfabetismo”, “pobreza intelectual”, “verdadeiras orgias de sadismo, pornografia e estupidez”, “corrupção de menores”, “mitologia truncada e monstruosa”.
Gibi: A Revista Sinônimo de Quadrinhos
É difícil não reconhecer a importância da Revista Gibi, que tornou esta palavra sinônima de história em quadrinhos no Brasil. Lançada originalmente durante a ditadura Vargas, a publicação atravessou décadas e marcou gerações, criando o hábito – hoje natural e óbvio – de ir até a banca de jornal comprar uma revistinha.
Nomes como Maurício de Sousa, criador da personagem de histórias em quadrinhos infantil mais famosa do Brasil, tiveram suas paixões por quadrinhos despertadas pela revista e se basearam em suas histórias para criarem seus personagens. Por isso, na ocasião da comemoração de setenta anos de seu lançamento, quatro especialistas em quadrinhologia prestaram homenagem a essa publicação fundamental. Contando sua história, sem se prenderem a uma rememoração puramente saudosista, os autores analisaram o mercado cultural da época da publicação e as mudanças que a revista gerou, além de apontarem a influência que diferentes contextos históricos tiveram no seu desenvolvimento.
Revolução do Gibi – A nova cara dos quadrinhos no Brasil
Nos últimos anos, temos testemunhado uma revolução no mercado de quadrinhos no Brasil, com a explosão dos mangás, as tiras para internet e tantas outras grandes mudanças. Para explicar tudo isso, Paulo Ramos, responsável pelo Blog dos Quadrinhos da UOL, escreveu Revolução do Gibi – A Nova Cara dos Quadrinhos no Brasil, publicado pela Devir Livraria. Com 520 páginas e 20 capítulos, Paulo explica, uma por uma, todas as mudanças pelas quais as histórias em quadrinhos passaram na última década, com base nas entrevistas e informações publicadas e atualizadas a partir de material coletado para seu próprio site.
Para os interessados, existem mais bibliografias especializadas no gênero, citei apenas algumas que serviram como referência para a busca de mais conhecimento sobre o assunto. Espero que façam uma boa leitura.
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Oiii Elbert…muito interessante seu post, ele me ajudou muito na minha pesquisa sobre “Quadrinhos” (vou apresentar um seminário sobre este assunto).
Muito Obrigada