Ser o primeiro filho (a)… eis a questão?

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Criança

Existe uma enorme valorização por parte de quase todos em dar ênfase a sua primeira vez, e algumas vezes é uma informação que nem é importante para nós (os outros). As pessoas se apresentam tão animadas e balbuciam, por exemplo: Foi a primeira vez que eu viajei de avião… E então se percebe um brilho ingênuo que por sinal é algo bonitinho, considerando que ingenuidade é algo raríssimo nos dias de hoje, só que essa informação é nova apenas para essa pessoa, se todos os outros já passaram por essa sensação não mostrarão o mínimo de interesse. Mas eu defendo a ideia de que você deve sim se expressar ao passar por algo diferente, novo, ou seja, expresse suas emoções. O problema não é com você, é que hoje (sá come né?) ninguém liga, alguns acreditam ser título de conspiração: A Teoria da Individualidade.

Entretanto, tratarei de uma primeira vez que beira o caos, é algo que demonstra o princípio da inabilidade do ser humano, o assunto em questão é: ser o primeiro filho.

Amigos leitores, que se enquadram nessa árdua aventura, ser o primeiro filho é algo inacreditável. Primeiro porque você literalmente cai num ambiente pós-apocalíptico (nessa analogia você causa o apocalipse).

E aí sempre tem aquela história dos pais:

“Nós estamos preparados…”

MENTIRA!!!

Responda-me uma coisa: Como você vai estar preparado para algo que nunca viveu?

O bebê cai num ambiente hostil, onde dois adultos acreditam que dão conta (…). Nesse momento existe a lembrança de um grande oráculo familiar, que poderia dar título a um livro: Os conselhos da Avó. Que pode ser a salvação (quase sempre) de muitas das coisas que os pais não sabem. Entretanto, a criança de hoje é hi-tech né? Será que o modo de criação pode ser o mesmo? Então, você está ali crescendo naquele ambiente em que seus pais não têm a menor ideia do que você poderá fazer, e algumas vezes quando eles pensam que estão acertando o bebê chora. Entenda, a experiência de ser o primeiro filho é selvática, alguns não sobrevivem, nem todos conseguem caminhar por ambientes inóspitos. E quando você consegue estabilizar a situação, começa a dominar, ter controle, você entende a seguinte equação:

Sorriso + falar mamãe, papai, ou qualquer outra palavra bonitinha = presentes.

O problema se apresenta de uma forma aritmética quando ocorre o seguinte bug:

Irmãozinho/Irmãzinha = A perda de domínio, de controle ou de qualquer outra coisa que você tenha conseguido.

Parece que a situação muda quando alguém chega no espaço que você ocupa, você não é mais bonitinho, você já é passado, nostálgico, todos da família já te conhecem.

Reivindicar? (ah é…). Mas eu lhe apresento o lado positivo dessa história, a experiência que você viveu servirá para alguma coisa (lembra-se do Tarzan e os macacos). “O que não mata fortalece”, (filosofia de bar, mas num é que as vezes funciona). Você será o primeiro a conquistar a confiança de seus pais, provavelmente será o primeiro a conseguir chegar mais tarde em casa. E dentro desta lógica existe um triunfo que você terá sempre, e seu irmão/irmã, ou irmãos, nunca terão: Você é o primeiro, o mais velho, eles vão tentar ludibriar você com aquela piadinha: “como não saiu perfeito, eles continuaram tentando”. Não se preocupe, chama-se: tática invejosa. Então, apesar de todas essas sensações que existem guardadas em seu lobo temporal, pode se vangloriar sim, somos únicos, e para legitimar nosso discurso a seguinte frase se encaixa bem:

“Por que algumas das continuações de filmes são tão ruins, os primeiros são épicos e não se comparam com os seguintes.”

Existe apenas um grande problema nessa tentativa de análise. Quando você for pai ou mãe pela primeira vez, essa sua vivência até o ajudará em uma ou outra coisa, entretanto, algumas coisas não tem manual, ou seja, estará mais uma vez provando a fragilidade e inabilidade do ser mortal, consequentemente como será a primeira vez… Você não estará preparado para o seu primeiro filho.

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