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Uma sociedade é originalmente um espaço onde as pessoas interagem, se comunicam, ou pelo menos deveriam fazer isso, já que o social e o individual trazem perspectivas distintas. O que consideramos como necessidade? E dentro dessa questão, o que tem valor? O que você não consegue viver sem?
Alguns diriam: Não consigo viver sem internet, concordo, apesar de argumentar que historicamente a internet é muito recente, e muitas outras sociedades viveram sem, e conseguiram se organizar socialmente, politicamente e economicamente, e a falta da conveniência de enviar um email ou conversar por redes sociais trazia o prazer de ter o contato “humano” com as outras pessoas, prática essa que anda beirando a extinção. A internet é extremamente importante, faz parte de um de meus rituais diários, mas a ideia aqui é separar necessidade de valor.
E que tal um carro? Ninguém pode dizer que ter um carro é uma ideia ruim, pelo contrário, é até psicologicamente correto, aumenta a autoestima, quando a pessoa segura o volante (símbolo de controle e poder) se sente o máximo, para alguns a presença feminina na direção é até preocupante, apesar de estudos confirmarem que as mulheres são mais calmas e consequentemente prudentes no trânsito.
E qual o sentido de falar sobre isso? Uma reportagem que assisti apresentava o extremo valor dado ao veículo, após uma pequena batida na lanterna traseira de um carro, o senhor que sofreu a batida (o que estava no carro da frente) saiu do carro e atirou no dono do outro carro. Será que ele conhecia aquela coisa, como é que é o nome mesmo? Ah! Lembrei: Diálogo.
E o dinheiro então? As pessoas não compreendem que o dinheiro não passa de uma necessidade, e imprime um enorme valor aquele papel. O papel-moeda é o menos valioso se formos pensar num contexto histórico, enquanto a riqueza já foi medida pela quantidade de ouro que tinha um determinado rei, e aí nesse sentido o ouro é valioso, mas a “grana” não, o dinheiro é necessário para que você consiga conquistar suas ambições, e saber usá-lo, ou melhor, saber guarda-lo é uma virtude, mas não possui valor algum.
O que exatamente faria falta e descaracterizaria a noção de sociedade construída em nossa mente? Uma sociedade é representada pela pluralidade de estilos e dentro dessa pluralidade a existência de singularidades. E nessa relação de necessidade e valores onde estão as pessoas? Talvez eu esteja muito equivocado, mas tenho a impressão de que ninguém sente falta delas.