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Diga- me, por favor, quando foi a última vez que você tentou desvendar as figuras que são formadas aleatoriamente pelas nuvens?
Talvez, de uma maneira cética você dirá: “Ver desenhos nas nuvens é coisa de criança”.
Interessante abordagem, entretanto, após chegar a uma certa idade algumas pessoas comentam: “Quem dera ser como uma criança”.
Então, qual o problema? O que você faz de tão importante que não consegue encontrar tempo para contemplar o céu? Não me entenda mal, observar o céu não é uma obrigação.
Em algumas memórias lembro-me de quase brigar com alguns colegas, pois, enquanto eu acreditava que a nuvem representava um cachorro, outros diziam que era um leão, ou talvez um carro.
Eu brigava porque queria estar certo. Bem, nós somos assim, né? Sempre queremos estar certos.
Existe uma importância enorme em tornar-se adulto, e adentrar ao mundo da responsabilidade, colocar nosso cinto de utilidades, e nos armarmos com o máximo de dinheiro que possamos conquistar.
Uma linha tênue, pois ao mesmo tempo, parece que perdemos nossos brinquedos, aquele pó de pirlimpimpim, e a vida torna-se menos fantasiosa, a ponto de a lucidez inebriar o mundo lúdico.
Peter Pan não queria crescer, mas enquanto negava o status adulto ele se aventurava e salvava muitas vidas.
Então, depois que você saiu da terra do nunca, quer dizer, depois que você se tornou adulto, quantas pessoas você salvou?
Talvez, entre as milhares de responsabilidades que experimentamos em cada gole de realidade, deveríamos colocar uma pitada de mágica, sim, aquela que tínhamos em excesso quando éramos pequenos.
A fantasia nos leva a abstração, e no mundo de hoje, se não abstrairmos de vez em quando, seremos invadidos pela loucura. Que tal deixar-se levar pela ausência de realidade? Só alguns segundos.
A prática do Yoga ensina a importância da respiração, como fundamental para uma transformação, uma limpeza do ser.
Há quanto tempo você não respira? Não me refiro a respiração automática e cotidiana que funciona para que seu corpo se mantenha vivo. Falo sobre uma respiração profunda, como se aventurar em algo que você não conhece.
Como as crianças, que mesmo sem saber das coisas, se mostram sempre curiosas, tentando tatear e saborear o mundo a sua volta. É tudo uma questão de tempo, e o que você faz com ele.
A velocidade da tecnologia tem nos sugado para uma realidade alternativa, e nos levado a percepções distorcidas.
O que fazer? Enquanto, tentava alinhar meu raciocínio para produzir esse texto, observava pela janela os céus e as nuvens.
Uma em particular era um tanto quanto curiosa, parecia um dragão, com asas enormes e cuspindo fogo. É coisa da minha cabeça. Mas, que bom, apesar dessa realidade caótica, ainda consigo ver dragões.
E você? Será que ainda consegue encontrar alguma imagem nas nuvens? Que tal tentar? Será um exercício interessante, depois disso respire.
Se ainda conseguir ver alguma imagem nas nuvens, fique feliz… Ainda há salvação pra você.