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Muitos de nós nos esquecemos do nosso primeiro amor, mas eu ainda lembro-me de você. Você foi meu primeiro amor e esse título ninguém nunca tirará de você, é seu e só seu, eles não podem nem roubar seu troféu.
Aconteceu, um dia um garotinho se apaixonou por uma garotinha de cabelos cacheados e pintinhas no rosto. Esses dois éramos nós, e o nós na verdade nunca foi de fato um nós. Éramos grandes amigos, mas nunca passou disso. Éramos também crianças, e por isso não há mal algum em não ter acontecido nada entre a gente, só mesmo a fama de que éramos namorados. Pois é, um colega me contou depois que o pessoal da nossa sala achava que eu e você éramos namorados.
Coitados, ou coitado de mim, que ganhei a fama, mas nunca tive nenhum benefício. Gostaria muito que meu primeiro amor tivesse também sido minha primeira namorada. Aliás, já tinha pensado até em como me declarar para você, mas nunca fiz nada.
Fomos grandes amigos, mas partimos em direções diferentes. Paramos de nos falar. Até que resolvi não mais ter medo de você, e por isso te cumprimentei, eu sabia que você ainda lembrava-se de mim, e você me cumprimentou de volta. Hoje ao passar um pelo outro, os dois esboçam sorrisos, e eu gosto disso.
Sentia-me estranho no passado quando você passava por mim e eu olhava para o outro lado. É que você foi meu primeiro amor e não poderia fingir que nunca te conheci. Além do mais, fomos grandes amigos, mesmo que agora não haja algo para conversar.
O que importa é que estamos bem, e só queria te lembrar de que se quiser um grande amigo, ainda estou aqui. Não que ainda esteja apaixonado por você, mas ainda sinto, lá no fundo, que nossa amizade, de verdade, nunca um dia morreu.
*Esse texto pertence ao Cartas Para Elas, um apêndice do romance Desilusões Apaixonadamente Amorosas, e fala sobre a personagem Manoela.