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Nos últimos dias, acompanhei a notícia da morte de um publicitário de 28 anos, que morreu em um acidente de carro, em Salvador. Morte provocada pela irresponsabilidade de um advogado que, bêbado, de forma inconsequente, optou por dirigir.
Reconheço a dor dessa família. Entendo a revolta. É mais um que se vai pela falta de amor a si mesmo e ao próximo. Afinal, dirigir alcoolizado é falta de amor à vida em todos os aspectos.
Perdi meu Avô em condições semelhantes. Ele tinha 81 anos, mas tão saudável que era, sempre andava de bicicleta. Chapéu na cabeça, coluna ereta, equilíbrio que nem todo jovem tem e um sorriso no rosto que até hoje eu sinto falta.
Não disse adeus. Não pude mais pedir a bênção dele, um ato obrigatório caso o encontrasse. Não importava quem você fosse, conhecido ou desconhecido, ele fazia questão te dar um aperto de mão e dizer: “Deus te abençoe”. Perdi a chance de abraçá-lo no dia que passei no vestibular. Não pude terminar o processo de alfabetização que eu e minha irmã estávamos fazendo com ele (não o intimidava a idade que tinha, a vontade e a determinação de aprender a ler eram maiores). Perdi a chance de ensiná-lo a tocar violão. Perdi a oportunidade de me reunir com ele, numa tarde qualquer, e ouvir por mais uma vez a história de novela entre ele e minha Vó. Perdi a chance de vê-lo comemorar os 120 anos, que ele apostava que alcançaria (e, acreditem, saúde para isso tinha).
Os cajus pararam de nascer nas árvores do lugar que ele amava. A família, agora, se reúne ali com saudosismo, lembrando do legado dele e vivendo dos ‘E se’s’. A gente perdeu a presença dele. Perdeu tanto. E, tudo isso, porque alguém, no dia 30/06/2007, resolveu beber e dirigir. Assim, meu Avô foi atropelado, enquanto andava de bicicleta no acostamento da rodovia.
Por uma escolha errada de um inconsequente, hoje, minha família tem essa ausência. A família desse publicitário agora também tem. E, infelizmente, são muitas as famílias brasileiras que possuem a dor que a gente tem de perder alguém que ama, assim, de repente, fazendo valer as palavras do Tim Maia: “E aquele adeus, não pude dar…”.
Enfim, fica aqui o pedido de alguém que perdeu não só um Avô, mas um exemplo de vida: se beber, por amor a si e à humanidade, não dirija. Não se permita ser um destruidor de sonhos, de vidas. Não se permita ser responsável por tirar de uma família o direito de viver ao lado de quem se ama. Tiraram esse direito da minha família. Não deixe que tirem da sua também.
É muita dor. E não alivia.
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Sou irmã de Daniel… A única coisa que posso declarar e que não desejo essa dor que estamos sentindo a ninguém. A sensação e que arrancaram um pedaço do nosso coração. Um homem lindo e cheio d vida ter sua vida interrompida de uma forma tão trágica. E lamentável e mto triste…
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Carol, me solidarizo com tua dor e envio todo o conforto a você e sua família. 7 anos que perdi meu avô e, infelizmente, a dor não passa. Mas a uso para me dar força e levantar essa bandeira de conscientização de que se a pessoa beber, por gentileza e por AMOR À VIDA, não dirija!! Que Deus possa abençoar vocês e dar paz. Força! Grande abraço!