Tempo de leitura: 3 minutos
Quando pensamos em hipnose (pelo menos a maioria das pessoas), a imagem que vem a cabeça é a de um possível hipnotizador na televisão que faz as pessoas comerem cebolas pensando que são maças. Apesar de parecer algo estranho, quem sou eu para questionar a veracidade daquele “profissional” e o fato de a TV buscar audiência acima de todas as coisas. Mas, no intuito de apresentar-lhes o que realmente é a hipnose, fui buscar respostas em grandes estudiosos das possibilidades de promover a cura por indução de estados de transe.
Para começar a compreender a hipnose é importante conferir suas raízes históricas. Nigel Benson ao escrever sobre a hipnose nos alerta que culturas antigas como egípcios e gregos tinham o hábito de levar doentes a “templos do sono”. Abade Faria apropriou-se desse estudo e levou pacientes ao estado mental necessário para que conseguisse compreender a mente em um possível estado de sono. James Braid criou o termo hipnose, hypnos = sono, osis = condição. Braid chamou a atenção dos estudiosos ao revelar que o paciente hipnotizado não está em um sono profundo, mas, em um estado de concentração. Nesse sentido, é possível compreender que o paciente que foi hipnotizado está em um estado de “sono lúcido“, ou seja, será que em algum momento você foi levado a este estado? Talvez sem perceber? Na intenção de responder sua dúvida lhes apresento a lógica da hipnose:
- Um pedido ou comendo gentil
- Funde-se à mente em alto grau de concentração do indivíduo
- Nesse estado, o indivíduo está mais suscetível ao poder da sugestão
- E induz a um estado de “sono lúcido” (transe hipnótico)
Bem, acredito que as táticas citadas acima são bem utilizadas em comerciais. Por exemplo, imagine você em casa descansado e, de repente, um comercial surge na tela de sua TV. Você inocentemente não troca de canal e continua assistindo aquela mensagem nada subliminar. Então, depois de alguns minutos surge em você uma enorme vontade de consumir aquilo que você acabou de ver na TV. Agora me diz: você não foi hipnotizado?
A diferença potencial da maneira que os profissionais utilizam a hipnose, é que segundo Abade Faria o comando chave para levar o indivíduo a esse estado é simples, é só chegar próximo ao paciente que já está concentrado e dizer: Dormez (Durmam). Ou seja, apesar de não ter procurado um psicólogo ou psiquiatra (talvez você precise), a hipnose deve ser encarada como uma prática comum em nossa sociedade. É claro que a utilização de tais técnicas são essencialmente médicas, e servem para curar problemas mentais, entretanto, entendendo a lógica que funciona a hipnose podemos perceber que a hipnose está entre nós.
Por exemplo, é impossível hipnotizar alguém com um grito. Tudo começa em um comando gentil. Imagine quando o aluno está com muita dificuldade de fazer o exercício ou trabalho escolar e o professor após explicar a matéria se aproxima dele e diz: você consegue. Esse estímulo aciona a capacidade do indivíduo e poderá leva-lo ao tal “sono lúcido”. Enfim, após essa leitura, e a consequente compreensão do assunto que foi relatado, você é um hipnotizador? Ou é sempre o hipnotizado?
Fonte: O Livro da Psicologia – Nigel Belson