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Sexta-feira. Primeiro de março de 2013. Flagro-me em casa cansado, tomando uma bebida forte. Vendo no youtube clips de músicas antigas que gosto tanto e fazem tão bem pra mim. Eyes Without a Face, Double You, Just Another Day, Listen To Your Heart…
Minha alma reclama um pouco de atenção pra si mesma. Tive de dia a exaustão do trabalho. Demandas internas da repartição que me estafaram e sobre as quais devo manter sigilo. Chego em casa. Meus sobrinhos estão aqui, os levados… Eu amo meus sobrinhos é claro. No celular a minha namorada já me mandou vários sms falando pra eu não me atrasar. Tá certo. Eu também amo a minha namorada. Entretanto, nessa vida cheia de frenesi em que me desfaço, em uma plena sexta-feira, oito horas da noite, tendo “ralado duro” das 8 da manhã às seis da tarde, tudo que eu sinto que quero mesmo é ficar sozinho um pouco.
Ouvindo o barulho da minha própria respiração. Botar uma fita antiga no rádio velho como nos bons tempos dos meus 16 anos. (Pensando bem nem faz tanto tempo assim). Não ter preocupações na vida. Apenas aproveitar do jeito que eu sempre quis, escrevendo minhas sensações que nem eu finalmente consigo fazer agora.
Apareço pouco no blog que eu tanto adoro, este é meu terceiro artigo – o mais introspectivo de todos eles com certeza. Mas é que isso é tudo que o tempo que eu não tenho pra mim me permite fazer. E é bom, representa a liberdade pra mim, liberdade dos problemas e situações cotidianas de um mundo moderno repleto de “correria”. Raros momentos como esse devem ser sentidos no máximo, pois muito pouco tempo eu tenho para mim mesmo. Trabalho, família, estudos focados, uma namorada exigente… Aonde resta tempo pra eu conversar comigo mesmo e fazer as coisas que amo tanto, sentindo a vida que existe em mim…
Será que outras pessoas em maior ou menor grau sentem a vida do mesmo jeito que eu? Não consigo professar com calma nem mesmo a minha fé que eu amo tanto, minha oração pela manhã quando eu faço é tão rápida que eu até falo sem parar pra respirar. Quantas pessoas passam por isso também? É por isso que eu resolvi lançar isso tudo em redação. E o que é mais estranho, em primeira pessoa, da forma na qual não estou habituado a escrever artigos, sempre em terceira pessoa, quando não estou fazendo poesia. P O E S I A – faz tempo que não faço mais uma poesia devido à falta de tempo, mas quem sabe agora, embalado pelas músicas que amo tanto, conversando comigo mesmo, não nasça deste raro e belo momento “meu” uma modesta poesia para apaziguar a minha alma.