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Todo país que abriu seu mercado de capital sofre com a aplicação expoente da teoria de John Locke (1632-1704), filósofo liberal. O Brasil não diverge. Nas terras tupiniquins a ascensão da proposta econômico liberal bateu de frente com a situação social de um país emergente, porém sem base necessária para um justo poder de compra da população.
Com a literatura não seria diferente. O dinheiro decide o que se publica ou não, o dinheiro compra espaço nos estandes das livrarias, independente do valor literário daquilo que se vende, ou se impõe às massas “goela adentro”. Está certo que Rudyard Kypling (1865-1936), escritor inglês, asseverou um dia que um simples palavrão rabiscado por um estudante no banheiro da escola também é literatura.
No entanto se tem agora a veiculação de uma literatura “classe média”, para não dizer medíocre, financiada por grandes editoras ou autores que podem pagar a moeda de troca, caríssima por sinal, em uma sociedade que vive um “boom literário”. Há um alto índice de criação artístico literário, dividindo espaço com o setor musical, internet e outros inúmeros meios de instrução e entretenimento. Não poucas vezes o mesmo espaço é digladiado, pois existem livrarias diversas que também vendem CDs e demais itens de consumo cultural – além do livro.
Em uma teia gigantesca e intrincada do atual cenário, ao se ater ao problema exclusivo da literatura percebeu-se que o valor financeiro agregado logo revela sua supremacia frente ao valor intelectual da obra escrita. Não raras vezes fazendo com que a boa obra fique ofuscada ou relegada nos exíguos espaços que talvez consiga pagar.
E assim irrompe uma profusão de “modinhas”, livros idênticos retratando sempre personagens homogêneos, “personas de linha de produção”, bonitinhos até para um gosto mais superficial; contudo vazios, como uma multidão de vampiros, fadas e demais obras de fantasia que não fartam um público sem opção. Somente tais obras podem pagar por seu caro ingresso na publicidade.
Saiba mais sobre o assunto: Mercado editorial: tudo tem um preço!
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Discutir gosto sempre foi um contrassenso, além de uma opinião não ser mais ou menos importante que as demais. Livros são livros independente do enredo, uns falam de vampiros, alguns policiais e bandidos outros viagens espaciais e no fim de tudo isso está o incentivo à leitura e, quer queiram quer não, a paixão pela literatura. E talvez, quem sabe os que hoje preferem um protagonista pálido amanhã não se apaixone pelos robôs, ninguém é obrigado a gostar de Isaac Asimov, Machado de Assis ou Leon Tolstói. Mas caso a intenção do autor seja um desabafo honesto e espontâneo, então é completamente compreensível, senão, será apenas falácia.
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A literatura deve incentivar as pessoas a ter senso crítico e não fazer a cabeça das pessoas como ocorre nessa onda de livros de Sthefany Meyer, ensejando um assunto já batido e muito bem escrito por Bram Stoccker sobre a lenda dos vampiros. Lireratura que não te faz entender melhor a si mesmo ou ao mundo não é muito melhor do que papel higiênico. Não basta ser escrito, tem que ter qualidade para ser mais que uma “modinha”. Mas o dinheiro determina o que deve ser publicado ou não na grande mídia, mesmo que não tenha qualidade.É por isso que Bram Stocker permanece há séculos, e os demais autores “vampirescos” não passam de modinha mal escrita, e o brasileiro está alheio a situação política do país, mais interessado na casa do Big Brother.